2013/05/02

Criação de pacas em Soledade de Minas evita caça predatória e gera renda para produtor rural

As pacas são alimentadas com frutas agroecológicas produzidas por meio de supervisionamento da Emater-MG. A alimentação baseada em frutas torna a carne do animal mais macia e saborosa. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) acompanha o produtor rural Adilson Campos Pimenta em sua criação de pacas, na Fazenda Floresta, em Soledade de Minas, na Região Sul do estado. Pimenta tem licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para criar e comercializar pacas. O animal silvestre é o segundo maior roedor do Brasil, perdendo apenas para a capivara. Sua carne tem público certo que pode comprá-la de criadores autorizados, que garantem a procedência, e que não precisam mais recorrer à caça predatória. Em Minas Gerais existem apenas quatro criadores de pacas legalizados. Autorizados pelo Ibama, os criadouros permitem que os apreciadores da carne de animais silvestres da fauna brasileira, como a capivara e a paca, possam saboreá-la em bons restaurantes brasileiros. E a produção de Adilson Pimenta é destinada para o melhor restaurante de São Paulo, o D.O.M. , do chef Alex Atala, eleito o 4o melhor do mundo pelo “The World's 50 Best Restaurante's”, da revista inglesa “Restaurant”. No D.O.M. um prato de 120 gramas de carne de paca custa R$400. A criação de pacas de Pimenta tem uma história interessante. Começou por acaso. O produtor conta que um amigo criava dois casais de pacas em casa, no município de Caxambu. Como este amigo estava com a saúde fragilizada, e não poderia cuidar delas, resolveu doá-las para Pimenta. Os animais se reproduziram e foi necessário transportá-los para a Fazenda Floresta, propriedade do criador, no bairro Taboão, em Soledade de Minas. Como o produtor mora em Caxambu e cria as pacas em Soledade de Minas, recebe assistência da Emater-MG das duas cidades. Na atividade iniciada há 20 anos o produtor cria 300 pacas. Adilson Pimenta é acompanhado pelos extensionistas Marcos Antônio de Morais, de Soledade de Minas e, André Henriques, de Caxambu. Segundo avalia Marcos Morais, com a criação de pacas o produtor rural evita a caça predatória. “Atualmente, a criação de animais silvestres com objetivo de mercado, como é o caso da paca, é apontada como uma das alternativas para preservar algumas espécies da fauna brasileira, especialmente as espécies que sofrem com a caça e a destruição de seus ambientes, o que pode levar a sua extinção”. Os animais não são abatidos na fazenda. São vendidos vivos, com um ano de idade, depois de ser bem alimentados com frutas agroecológicas da própria fazenda. Lá o produtor tem muitas frutas. Tem 8.500 pés de banana, 250 de abacate, 80 de lichia, 300 de pessegueiros, 200 de goiabas e oito de lima, “que quase não é usada, porque frutas ácidas não são boas para as pacas”, informa o produtor. Com a diversidade de frutas agroecológicas, nunca falta frutas para os animais, “ se não tem uma, tem outra”. Além das frutas, cada uma das pacas é alimentada com 500 gramas de farelo de trigo misturado com sal fino comum. “Eu só indicaria a criação de pacas para alguém que tenha muita fruta, porque é o principal alimento delas”. De acordo com o produtor, a fruta preferida das pacas é a banana. As 300 pacas consomem mil bananas por dia. E para ter fruta sempre, o produtor diz que “as consultas técnicas da Emater-MG são muito importantes, principalmente no bananal e nos pessegueiros; primeira e segunda frutas mais consumidas pelas pacas”. Produtor tem conhecimento prático que surpreende técnicos O técnico da Emater-MG, Marcos Morais, informa que no acompanhamento de mercado, uma paca viva de seis quilos custa R$500. E um quilo de paca abatida em São Paulo chega a valer R$80. Porém, para se dar bem neste mercado restrito, um produtor tem muita coisa para aprender. Segundo o extensionista, neste segmento, “não tem nenhum técnico que conhece de criação de pacas como o produtor de Soledade de Minas”. Segundo Morais, “ele tem o conhecimento prático que nenhum técnico tem. Foi aprendendo na medida que sua produção foi crescendo, observando o comportamento do animal, a comida, até chegar a uma alimentação ideal, obtendo um produto de qualidade. O nosso papel se restringe na produção agroecológica das frutas que alimentam as pacas”. Sobre o comportamento do roedor, o produtor rural explica que quando estão soltos na natureza, eles vivem em tocas. Por isso, os viveiros têm que ser mais escuros e de cimento, já que elas têm o hábito de cavar. “É necessário pelo menos um metro quadrado por animal”. Ainda, segundo o produtor, os roedores têm costume de tirar um cochilo durante o dia. “Quando estão acordados, são bem ariscos e ágeis. Às vezes podem se tornar agressivos, principalmente quando alguém se aproxima de uma mãe com filhote”. O animal pode chegar a 70 centímetros de comprimento e pesar até 10 quilos. Pimenta diz que “o mercado de pacas exige carne boa”. Segundo ele, “os animais alimentados com frutas agroecológicas tem carne com pouca gordura, rica em cálcio e fósforo”. O produtor explica que o ideal é vender o roedor com até um ano de idade, período em que a carne é mais macia”. Tanto o técnico da Emater-MG e o produtor acham o gosto da carne de paca parecida com a de porco. “Mas, prefiro criar do que comer as pacas”, declara o produtor. De acordo com o criador, para obter lucro um produtor precisa ter ao menos 300 matrizes. E, para início da criação é preciso ter muitas árvores frutíferas. “Se precisar comprar frutas, terá prejuízo”, adverte. Outro dado importante é que a paca só tem duas gestações por ano e nasce um filhote de cada vez. “São quase seis meses de gestação e poucos filhotes. Destas gestações nascem 50% de fêmeas e os 50% de machos são destinados ao mercado”. Antes criar pacas, Pimenta era comerciante no ramo da construção civil. Aposentou. Deixou o negócio para os filhos. Agora, depois de 20 anos de prática, com experiência adquirida, tem recebido muitas visitas. “ Estou muito satisfeito, tem muita gente vindo aqui para conhecer o trabalho. A produção de pacas virou um ponto turístico em Soledade de Minas”. Marcos Morais avalia, em primeiro lugar, que a produção controlada pelo Ibama é importante para a preservação da espécie. “Para iniciar a produção é preciso adquirir matrizes de outros produtores. Sem a licença do Ibama é proibido manter estes animais em cativeiro”. Além disso, “ tem toda uma questão ambiental para legalizar a produção. Não é fácil conseguir, mesmo porque o mercado de consumidores de carne de pacas é restrito”. Segundo ele, “o cidadão que quer comer carne de paca tem hoje a opção de comprar na fazenda, evitando a caça predatória destes roedores”. Assessoria de Comunicação da Emater-MG

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