Por Osmar Bafi
Esta semana eu encontrei uma revista e comecei a folhear, de trás pra frente, como de costume. Fiquei estarrecido com algumas páginas, pois traziam dois fatos surreais para o cidadão Zé Povinho, ou melhor dizendo, Tupiniquim.
SOCIEDADE | CELEBRIDADES – Meu ídolo (escrito de vermelho) só para mim. Este era o título da matéria que informava que virou moda contratar artistas da música e celebridades para estrelar festas da alta roda em BH.
Daí a matéria prossegue dizendo que o cachê destes artistas e celebridades chegam a R$500.000,00! Pasmem. Eu disse 500mil reais. Aí começa minha revolta, pois estou dando um duro danado para juntar R$500,00 e fazer a festinha de 1 ano para o meu primogênito.
Em contrapartida, uma minoria tem a regalia de fazer para o Mauricinho uma festa de R$1milhão, sendo que R$500mil é só para o artista Fulano de Tal. Ou pagar alguns milhares de reais para um Ex-BBB ou cantor estar na festa da filha Patricinha.
Se não bastasse, ainda na seção SOCIEDADE, a coluna mostrava várias páginas de casamentos, encontros, confraternizações, eventos, jantares, almoços, cafés da manhã de mulheres muito bem vestidas e maquiadas, homens “enternados” e engravatados, políticos renomados e empresários bem sucedidos.
Agora uma pergunta que não quer se calar: Que sociedade é essa, cara-pálida? Não é esta sociedade que eu conheço aqui no meu minicípio. Não é esta sociedade que mora no Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha. Não é esta sociedade que ainda não saber ler e escrever, que ainda é invisível a muitos. Não é esta sociedade que vende o almoço para comprar a janta. Não é esta sociedade que anda a pé, de carroça, de ônibus ou de fusquinha. Sinceramente não é esta sociedade que é maioria nos 853 municípios mineiros.
Lamentei. Lamentei por ver definida como SOCIEDADE apenas a nata do leite, que fica por cima e não representa nem 1% da leiteira toda.
Sinceramente, com tristeza, recordei direitinho do meu professor dizendo que no Brasil é assim: POUCOS COM MUITO E MUITOS COM POUCO.
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