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2015/05/08

Roubos de gado preocupam produtores de Ouro Fino, MG

Moradores acreditam que crimes acontecem há cinco anos no município. Produtor afirma que 30 animais foram roubados só em um raio de 1,5 km.

Produtores rurais de Ouro Fino (MG) estão preocupados com os constantes roubos de gado nas fazendas do município. Eles afirmam que os crimes acontecem há pelo menos cinco anos, e mesmo registrando boletins de ocorrência, nada é feito para mudar a situação. Os produtores estão, inclusive, fazendo um levantamento para saber quantos roubos acontecem no município para buscar uma solução para o problema.

Márcio Edgard da Silva mapeou os vizinhos que foram vítimas do crime no bairro Itaguaçu e mostra o levantamento dos últimos meses. "Trinta cabeças de (gado) num raio de 1,5 km", conta o produtor rural.

Dono de um sítio, Sebastião Joaquim da Silva teve oito cabeças de nelore roubadas no início da semana. Ele conta que chegou a encontrar três dos animais, mas eles já estavam mortos. "Eles levaram cinco e deixaram três aqui [que estavam mortos]", explica.

O gado adulto na região, de corte ou leite, custa em média de R$ 2 mil a R$ 3 mil, e segundo os pecuaristas, é muito visado pelos criminosos, que encontram facilidade para vender de forma clandestina.

Animais são furtados de fazendas na zona rural de Ouro Fino, MG (Foto: Edson de Oliveira / EPTV)
Animais são furtados de fazendas na zona rural de Ouro Fino, MG (Foto: Edson de Oliveira / EPTV)Na semana passada, José Sidnei Siqueira teve um boi roubado durante a madrugada no bairro dos Limas. Ele registrou um boletim de ocorrência. "Eu acho que matou a tiros, porque não tem condições de pegar um nelore no pasto. Aproveitaram a carne e levaram tudo. Inclusive a cabeça [do boi] acharam lá perto de Ouro Fino", conta.

Para os criadores de gado, falta segurança. Eles reclamam que em muitos casos a polícia nem chega a ir até o local para atender a ocorrência. O comandante da Polícia Militar reconhece que nem sempre é possível atender as ocorrências.

"A situação é que essa patrulha cumpre escala, então ela não tem como estar em todos os locais ao mesmo tempo, todos os dias, então muitas vezes o local onde acontece o furto, a patrulha já passou por ali um, dois ou três dias atrás e coincide de ela estar em outro local quando a gente tem o registro do furto", explica o capitão da Polícia Militar Emiliano Lages.

O delegado de Ouro Fino, Waldir Jorge Pelarico Júnior, acredita que o gado pode estar sendo vendido na própria região. Para ele, a polícia civil tem encontrado dificuldade para identificar estas quadrilhas.

"Esses furtos ocorrem de madrugada, na ausência de testemunhas, onde nem mesmo a vítima está na propriedade rural. Isso dificulta bastante a investigação do crime, pois precisamos de informações de elementos para ao menos identificar a autoria do crime", disse

Ainda segundo o delegado, dois homens que seriam especialistas em roubos de gado estão presos e dois menores suspeitos de participação nos crimes continuam soltos. A Polícia Militar pede que os pecuaristas continuem registrando os boletins de ocorrência para ajudar nas investigações.

Do G1 Sul de Minas

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