Quem nunca pensou em abrir um negócio? As ideias surgem a todo o momento, mas nem sempre são colocadas em prática. E aí está, segundo especialistas, uma das características do empreendedor. Nesta semana, o Sebrae-MG organiza eventos no Sul de Minas para falar sobre empreendedorismo. A Semana Global é realizada em vários países, em que instituições se organizam para falar sobre o tema. Na região, o que não faltam são casos de sucesso de empresários que acreditaram, arriscaram e hoje, conseguiram chegar lá.
Ernesto Nery abriu uma fábrica de aquecedores solares em uma pequena garagem na década de 1970. No começo, as dificuldades não foram poucas. Ninguém acreditava que o produto fosse um investimento promissor. “Foi uma ideia realmente empreendedora, de um dos sócios que trouxe da faculdade para uma cidade que ainda era pequena e decidiu fabricar e vender”, conta ele.
A insistência dos sócios fez a empresa crescer. Hoje, ela mudou de endereço e ocupa um grande galpão, onde podem ser produzidos até 800 aquecedores solares por mês. O número de empregados chega a 80 e os clientes vão desde os residenciais até grandes corporações. “Nos últimos 10 anos, a empresa quintuplicou de tamanho”, afirma Ernesto.
Seu Roberto Carneiro também é um exemplo de atitude empreendedora, desde uma época em que esse termo nem era tão usado. Aos 11 anos de idade, ele trocou a cidade natal de Caconde (SP) por Poços de Caldas (MG). Na cidade, ele trabalhou como barbeiro, engraxate, abriu loja de artesanato, arrendou hotel, até que, em 2001, inaugurou o próprio hotel.
Hoje, aos 68 anos e com objetivos bem definidos, seu Carneiro se diz satisfeito, mas ainda quer dobrar a capacidade do empreendimento. "Pela idade, eu me sinto contente, realizado, agora falta terminar o outro hotel, daqui a quatro, cinco anos, vamos terminar. O foco é este", conta ele.
Segundo Ivan Figueiredo, analista técnico do Sebrae-MG, entre as características de alguém empreendedor estão a iniciativa, a persistência e saber correr riscos calculados. "Na verdade, o empreendedor tem um dom, tem uma herança genética, mas uma pessoa pode aprender a ser empreendedora. O empreendedor é um fruto do meio, ele aprende com a observação de outros empreendedores, incorporando atitudes no seu dia a dia", explicou ele.
Por causa dessa persistência, Fábio Antônio da Silva pode comemorar hoje o desempenho da fábrica de tintas e texturas que fundou com um amigo em 2001. Eles não tinham o menor conhecimento no ramo quando iniciaram a empresa. Silva deixou o emprego em um banco e, literalmente, botou a mão na massa. "Eu fazia tudo, saia, vendia, produzia, envasava e entregava", contou ele.
Hoje, 11 anos depois, os números são animadores: 70 toneladas de tintas e texturas fabricadas por mês, com sete funcionários na fábrica e outros 25 em outra empresa, que cuida da aplicação dos materiais. E tudo isso Fábio fez sem nem saber o que era ser um empreendedor. "Me arrependi durante um período, mas hoje eu dou graças a Deus por ter passado por todas essas dificuldades para chegar onde a gente está hoje", completou Silva.
Fonte: G1 Sul de Minas
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