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2011/08/29

Maior produtor de café dos EUA visita fazendas do sul de Minas

O estado do Havaí, nos Estados Unidos da América, é o único do país a produzir café. Como o Havaí é uma ilha, portanto um território pequeno, em 700 alqueires são produzidos os grãos. Desse total, 450 pertencem a John Parry, presidente da Gold Coffee Company, torrefação de café sediada na Flórida. Como a sua produção não atende a demanda da torrefação, Parry passou a comprar café do Brasil, principalmente do sul de Minas Gerais. Detalhe: ele produz apenas café especial e só compra a produção da mesma linha.
Para conhecer de perto as fazendas do sul de Minas e fechar mais negócios, John Parry esteve no Brasil na semana passada. Visitou fazendas em Poços de Caldas e Boa Esperança. Na última sexta-feira, esteve também no laboratório da Syngenta em Varginha, onde são classificados os grãos produzidos pelas propriedades que fazem parte da Plataforma Nucoffee, uma iniciativa da Syngenta para o setor cafeeiro com o objetivo de atender as necessidades específicas de cafeicultores, cooperativas e torrefadores na busca do desenvolvimento e reconhecimento. A produção de Parry também tem o suporte da Plataforma Nucoffee, por meio da empresa Wolthers America, representante da Syngenta nos EUA. Christian Wolthers, CEO da empresa, acompanhou Parry na visita ao Brasil.
Parry gostou muito do que viu. “O Brasil está entre os mais sofisticados produtores de café do mundo. Fiquei impressionado com o nível de tecnologia, de trabalho para a melhoria de qualidade e o envolvimento e compromisso com as questões sociais e ambientais”, comenta Parry. O produtor norte-americano enfatizou que a compra por mais café do Brasil é um fato. “Ainda existe um conceito de que a qualidade do café do Brasil é de média a inferior, ou seja, massificada. Mas as melhoras agrônoma, social e ambiental, as certificações e as novas práticas cafeeiras irão levar ao mundo a mensagem de que o Brasil produz um café de qualidade e isso irá atrair mais compradores, inclusive eu”, diz Parry.
Eduardo Reis Chaves, gerente comercial da Geagro-Três Pontas, representante da Syngenta na região sul mineira, esteve presente na visita de Parry ao laboratório da empresa. Para Chaves, a presença do maior produtor norte-americano mostra que a qualidade do café produzido no sul de Minas é uma realidade. “Há cinco anos a Geagro trabalha com o projeto Nucoffee, com o objetivo de fazer a conexão entre produtores, cooperativas, torrefadores e consumidores finais. Houve, de fato, uma melhora muito grande no grão do sul de Minas, com a aquisição de certificações e qualificações para a produção de um café de qualidade. Essa melhora tem atraído grandes torrefadoras, principalmente dos EUA”, comenta Chaves.
Plataforma Nucoffee
Como já descrito no segundo parágrafo deste texto, a Plataforma Nucoffee tem como principal objetivo melhorar a qualidade do café. Junto ao produtor, o projeto agrega mais valor à produção, de maneira que ele possa atender a demanda mundial por cafés de maior qualidade.
Carmem Lúcia Chaves de Brito, produtora de café em Três Pontas, sul de Minas, garante que a sua produção deu um salto em qualidade depois da implantação do projeto Nucoffee em sua fazenda. Para ela, além do ganho com a produção de café especial, o projeto possui uma característica que ajuda muito o produtor: a troca de café por produtos da Syngenta. “Sem dúvida, a troca possibilita um ganho na produtividade, pois assim, parte do café já tem um destino certo, o que diminuí minhas preocupações com a comercialização e há uma continuidade no aprimoramento do café especial”, diz Brito.
Futuro do café brasileiro
Se John Parry ficou impressionado com a visita às fazendas sul mineiras, seu comentário ao final da entrevista deixou a todos animados. “O nível de inteligência da indústria do café no Brasil, a tecnologia de ponta, o envolvimento do produtor com as questões social e ambiental e a forma como o produtor encara o presente e o futuro, irá levar o Brasil, nos próximos 10 anos, a ser o melhor produtor de café do mundo, sem dúvida alguma”, diz Parry. O prognóstico, com certeza, é de uma pessoa que sabe do que está falando.

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